quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Vai me desculpar, mas o devaneio do doidivano me contagiou. Era aquele que ficava no sinal pedindo esmolas com o próprio esforço, eu diria um trabalho autônomo; e realizava trabalho. Ganhou a vida assim, até foi feliz por alguns momentos. Triste em outros. Morreu. Não deixou um legado e nem quem continuasse o que fazia de melhor. Descobri perguntando para Seu João, dono da padaria na esquina do sinaleiro (Brasília não tem esquinas, mas Taguatinga sim). Simplesmente morreu sem deixar nada para trás, e tem coisa melhor? Ninguém sofreu, ninguém chorou, não houve brigas por herança. Ele apenas não deixou resquícios da vida. Pobre de mim que ainda me lembrei dele e senti algo; o que não deveria, confesso. Senti vontade de sê-lo, levar tudo de mim daqui. Nunca mais fui a mesma, e nem sei o nome dele, realmente, não deixou nada de si.

1 comentários:

Unknown disse...

probre de vc! o.O

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