quarta-feira, agosto 17, 2011

Se pudesse ir
a um lugar
longe...
Seria aqui,
dentro de mim.
— and never have to be alone.

quarta-feira, junho 15, 2011

Amor?

Não é fácil. Uma tormenta parece invadir todo o peito, toma até o pulmão — respirar e amar não caminham de mãos dadas. Algumas sensações inesperadas começam a fazer parte do dia a dia. É incômodo. A impressão é de completa dependência, psicológica e física. Perder dói: literalmente. Antes disso vem o bem-estar no coração, gosto de alegria e ansiedade. É confuso e intenso. Verdadeiro e mentiroso. Como diria Camões: "tão contrátio a si". Dá coragem de prometer uma vida inteira.

Peço ajuda aos especialistas, aqueles que têm a definição. É, realmente, amor?




terça-feira, abril 19, 2011

Depoimento perdido

Estremeceram os deuses no momento em que nos vimos pela primeira vez - nem eles previram o quão perigosa seria essa união. É que o mundo perdeu duas grandes almas; é que o nosso mundo é bem melhor.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

    Depois de delírios da minha mente, relatados de forma impessoal, me preocupei em deixar uma mensagem sobre o externo. A minha visão de fora para dentro. E essa é uma das poucas vezes que escrevo em primeira pessoa. Eu sei que poucos leem meus relatos absurdos, mas quero exprimir ideias para que uma outra Larissa leia daqui um tempo — aquela que vai achar ridículo o que escreveu em outrora, mas que entenderá tim tim por tim tim as entrelinhas.
    O problema é que eu nunca entendi as outras pessoas. Elas têm uma vida fora de mim, o que me soa estranho. O que eu enxergo não tem um pingo de realidade, não passa de uma rala projeção.

    Eis a questão: Uma mulher, que vive com seis pessoas em uma casa de Ceilândia, cidade satélite do Distrito Federal, gasta 50% de seu salário com alimento. O aluguel do cubículo que habita é 83% de sua remuneração mensal. Somadas, as necessidades básicas da empregada doméstica contabilizam 133% do piso. Ou seja, ela deve, por mês, 33% de suas contas primárias — fica no vermelho. A matriárca é a única assalariada da família.
    Essa é a realidade do salário mínimo. Agora, a "verdade" mostrada nos jornais: seu drama vira uma das historinhas da matéria. "O mínimo sobe acima da inflação. Agora as pessoas consomem mais". E a mulher está feliz por isso. Foi o que pareceu.
    “Aproveito as promoções. Levo o que está mais barato. Além disso, eu tenho uns truques. Compro biscoito no lugar do pão, por exemplo, que fica mais em conta”, ensinou a doméstica. O que eu fiz é, no mínimo, cruel.